terça-feira, 26 de maio de 2009

Comentário/Reflexão_Media Digitais e Construção da Identidade Social

Actividades Sociais e Desenvolvimento da Identidade nos Jovens

Objectivo: Reconhecer a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.

Competências: Analisar e discutir o papel dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.

Comentário

Esta terceira actividade surge como o prolongamento do que havia sido abordado no tema anterior. Do ponto de vista de aquisição de conhecimentos foi a que considerei mais complexa pela extensão e abrangência dos conteúdos mas ao mesmo tempo a mais estimulante e enriquecedora. A leitura das sínteses e posterior discussão permitiu adquirir uma visão global do papel de diferentes media digitais na construção social dos jovens e Identificar os tipos de utilização dos media digitais por parte das gerações mais jovens. Se na actividade anterior a reflexão centrou-se nos blogues e nas páginas pessoais, nesta fase podemos adquirir uma maior abrangência tendo em atenção outros meios digitais e outras características que permitem percepcionar a identidade social dos jovens plasmada e moldada na sua relação com os novos meios digitais.
O trabalho desenvolvido pelo meu grupo de trabalho habitual, ao qual se juntou a Paula, foi uma vez mais executado de forma irrepreensível e em perfeita sintonia. Neste trabalho fizemos uma síntese do artigo Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media” de G. Stald, (2008). Este texto revelou-se bastante interessante e dele tirei algumas perspectivas pertinentes tais como a ideia de que para o adolescente um telemóvel representa muito mais que um simples dispositivo de comunicação, contrariamente à maioria dos adultos. É um meio de comunicação de duplo sentido que funciona como ferramenta de comunicação, mas sobretudo como meio de socialização inter pares. Retirei também, entre outros aspectos, a percepção das teias de relação que se estabelecem entre as características móveis da tecnologia e as características também elas móveis da identidade dos jovens, alicerçadas em processos de contínua transformação e afirmação pessoal.
Para além do documento que sintetizamos devo referir também que os restantes textos e a posterior discussão que se segui, apresentaram perspectivas que enriqueceram, como acima referi, os meus conhecimentos sobre a temática desenvolvida nesta unidade curricular. Nesse sentido, considero que esta foi a actividade mais proveitosa, do ponto de vista da aprendizagem significativa, de todas as realizadas até ao momento.

Reflexão
Nesta reflexão não pretendo debruçar-me directamente sobre os dados recolhidos e discutidos, ainda para mais porque me iria repetir em relação ao que foi referi nas minhas intervenções e na dos meus colegas, mas antes meditar sobre todo o processo em si mesmo.
Como afirma Negroponte em Be Digital (13) enquanto se discute à tanto tempo e de uma forma tão intensa a transição da era industrial para a era pós-industrial, tem passado despercebido à maioria das pessoas que caminhamos a passos largos para a era da pós-informação, num mundo em que as profundas mudanças afectam de forma irreversível o ser humano, não só nas interacções económicas, mas sobretudo no mais íntimo do seu ser, a identidade, a interacção social e a produção cultural. Ou seja, enquanto estamos nós, adultos emigrantes, a debater questões que são irreversíveis, os nossos adolescentes são já o produto dessa fase pós-informação na qual a tecnologia e os meios digitais em especial, à boa maneira de McLuhan tornam-se uma extensão do corpo humano (ou, se preferirmos uma segunda pele). Noutro artigo, The DNA of Information - Bits and Atoms, Nicholas Negroponte refere que vivemos cada vez mais alicerçado numa realidade digital, quantificada sobre a forma de bits e bytes, que progressivamente vem substituindo ou complementado a nossa realidade analógica, composta de átomos. Se analisarmos os novos espaços de construção da identidade social que temos vindo a analisar como as redes sociais, os telemóveis, as páginas pessoais, os blogs, etc, e se juntarmos a isto outras redes de partilha de conteúdos como o youtube, os jogos de computador multiutilizador ou o ainda não explorado (por esta faixa etária) Second Life, podemos perceber que o futuro da nossos jovens, e das gerações que se seguirão, serão tendencialmente vivido em mundo virtuais. . Parafraseando José B. Tercero no seu livro Sociedade Digital (1996:31) “ A substituição do átomo pelo bit, do físico pelo digital, a um ritmo exponencial, acabará por converter o homo sapiens em homo digitalis.” É sobre essa perspectiva que é preciso pensar a forma como esducamos e formamos os nossos jovens.

Pedro Coelho do Amaral

Texto 1
Weber, S.; Mitchell, C. (2008). Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In Youth, Identity, and Digital Media: 25-47.
Texto 2
Stern, S. (2008). Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship. In Youth, Identity, and Digital Media: 95-117.
Texto 3
Boyd, D. (2008). Why Youth ♥ Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life. In Youth, Identity, and Digital Media: 119-142.
Texto 4
Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.
Texto 5
Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206.
Texto 6
Yardi, S. (2008). Whispers in the Classroom. In Digital Youth, Inovation, and the Unexpected: 143-164.

Nicholas Negroponte http://archives.obs-us.com/obs/english/books/nn/bdcont.htm



Sintese Global Texto 4


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