Nos diferentes trabalhos ressaltam um conjunto de considerações que importa referir:
1)» Os novos meios influenciam e modelam a identidade dos jovens. Num período de transição da infância para a idade adulta, é aqui que se jogam os novos processos identitários e de socialização. Como refere o grupo I “ Para muitos jovens do mundo industrializado, os media digitais são modalidades significativas através das quais os jovens, consciente ou inconscientemente, procuram respostas sobre o ‘eu que sou eu”
2) As novas tecnologias, pelas características acima referidas, exponenciam um novo tipo de construção identitária, dinâmica, móvel, em constante evolução.
3) Os novos espaços de socialização funcionam como espaço de pertença ou identificação inter pares, de validação social, de auto realização, de divertimento, de amizade e voyerismo social. Como refere o grupo 2 “ Esta é uma forma de construírem a sua própria identidade, onde existe uma coexistência entre a identidade pública e a privada, num jogo de representação onde as avaliações internas e externas contribuem para uma construção do "eu.”
4) As novas tecnologias permitem o aparecimento de novas formas de expressão criativa e cultural, potenciadas pelas possibilidades tecnológicas que permitem uma rápida edição, difusão e permuta de conteúdos, assentes numa cultura colaborativa e participativa.
5) O surgimento de novos processos de aprendizagem, assentes em processos de educação não-formal, muito para lá dos muros da escola.
6) A incompreensão e receio dos adultos face a essa nova realidade.
Até já.
Curiosamente, e em concordância com o artigo que ajudei a sintetizar no grupo IV sobre telemóveis, os autores referem que as identidades dos jovens tal como as novas tecnologias e os meios de comunicação estão em constante mudança, assumindo-se como identidades-em-acção, com múltiplas facetas vertidas em diferentes formas de se expressarem culturalmente.
Esses novos meios de transmissão, de armazenamento e de emissão comunicacionais em ambiente digital exponenciaram a partilha, a aproximação e o imediatismo. O seu aparecimento provocou profundas alterações na dinâmica comunicacional, social e cultural das nossas sociedades em especial nos jovens. Os meios modernos digitais, por dificuldade de delimitação das suas fronteiras, intitulam-se pelo termo genérico de novos média. Os novos média representam a convergência de três causas que se sobrepõem: a computação, os média e a comunicação em rede.
Historicamente os novos média (Manovich, 2001) surgem da convergência, em meados do séc. XX, de dois percursos históricos independentes. Um nasce da ascensão de tecnologias mediáticas modernas que permitiu o armazenamento de imagens, a sequência de imagens, de sons e de texto, utilizando diferentes formas de materiais (chapas fotográficas, películas de filme, discos em vinil). Outro, surge quando, este percurso a um dado momento se encontra com o avanço do computador, o qual evoluiu a sua utilização, para além dos cálculos, para o armazenamento da informação dos média. Nada mais conveniente e facilitador do que recorrer ao uso do computador para a produção, a distribuição e a exibição dos conteúdos média. Esta adopção do digital veio provocar uma profunda revolução na sociedade moderna pois afecta todas as formas culturais e sociais mediadas pelo computador. Como afirma Manovich (2001, pag. 19) “Indeed, the introduction of the printing press affected only one stage of cultural communication – the distribution of media. Similarly, the introduction of photography affected only one type of cultural communication – still images. In contrast, the computer media revolution affects all stages of communication, including acquisition, manipulation, storage, and distribution; it also affects all types of media – texts, still images, moving images, sound, and spatial constructions ”. A capacidade dos novos média em comunicar informação multimédia abriu caminho a novas formas de interacção com o utilizador mais profícuas e que se revelam nos inúmeros exemplos que este trabalho apresenta. O conceito de multimédia surge na sequência do aparecimento dos novos média e significa uma forma de comunicação que é aglutinadora de vários elementos estáticos (textos, imagens) e dinâmicos (som, vídeo, animações) para construir uma mensagem.
Será partindo desta nova linguagem revolucionária que hoje assistimos a um processo de (re)construção da nossa identidade individual e colectiva plasmada em novos processos de comunicação e partilha, em novas formas de produção cultural, que são utilizadas pelos jovens como excelentes ferramentas para se exprimiram. Hoje os produtos culturais dos jovens são produzidos com recurso às tecnologias que dominam e inovam através da associação de diferentes recursos, analógicos ou digitais, textuais, visuais ou sonoros. Como refere o grupo I deixando “a sua marca a dois níveis, no mundo de produção e no próprio produto cultural.”
Escolhi a primeira intervenção porque, após a leitura das diferentes sínteses apresentadas, senti a necessidade de fazer um ponto da situação retirando algumas das principais ideias de cada um dos textos. Como foi o primeiro post a apresentar uma visão global dos trabalhos individuais serviu de mote para que outros colegas fizessem o mesmo, numa discussão que considerei na altura, demasiado dispersa e segmentada. O post estabelece também uma visão de conjunto face ao que havia sido discutido ao longo desta unidade curricular.
A segunda intervenção exigiu um trabalho de investigação e (re) leitura da obra de Manovich "The Language of New Media" sobre uma temática que me interessa bastante relacionada com a linguagem dos novos media e a emergência de uma novo tipo de linguagem, um novo tipo de produção cultural impulsionada pelas ferramentas tecnológicas de comunicação e informação e, consequentemente, sobre a forma como os jovens a utilizam, produzem e consomem.